NÚCLEO DE ATENÇÃO MULTIDISCIPLINAR DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO

UM JEITO DE SER



Albertina de Mattos Chraim - Psicopedagoga



Fabiane Baptistoti Sá - Fonoaudióloga




Márcia Batiston - Psicóloga







terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

QUANDO E COMO MATRICULAR O FILHO NA ESCOLA

A família é a primeira base social da criança. É nessa base que a criança deve encontrar os cuidados básicos para a sua sobrevivência: alimentação, sono, integridade física e emocional são apenas alguns exemplos. Nela, a criança receberá os primeiros ensinamento. Aprenderá a assimilar os primeiros conceitos sobre direitos, deveres e limites. Com o passar dos tempos à criança precisará expandir essa sociedade para um espaço escolar que lhe proporcione uma maior convivência com outras realidades além do seio familiar.
Mesmo de forma tácita na escola, a criança aprenderá a conviver socialmente ao compartilhar atenções com outras formas de educação Ed conseqüentemente com outras crianças..
Nos tempos atuais, cada vez mais precoces, as crianças estão sendo matriculadas em escolas, pois a nova dinâmica familiar faz com que a maioria das vezes a mãe necessite estar frente ao campo de trabalho, exercer o papel de provedora, desdobrar-se em triplas jornadas de trabalho pois, nem sempre podem contar com a colaboração das avós que também se encontram com uma nova dinâmica vivêncial.
Esse novo momento faz com que muito cedo os pais precisem preocupar-se com a procura de uma escolinha adequada para os filhos, como extensão da base familiar.
Esse desdobramento entre a vida familiar e a vida escolar, pode significar outro parto, tanto para os pais que precisam afastar-se dos filhos, quanto para a criança que necessita aprender a ficar mais tempo longe do aconchego do lar.
Assim como a criança, a mãe necessitará de apoio para poder superar essa nova fase para que esse momento não caracterize um distanciamento com culpas e remorsos ao ter que delegar os outros os cuidados da educação de sua criança.
A angustia é geradora de preocupações e frustrações como um processo natural de qualquer ser humano quando está diante do novo. Diante das tomadas de decisões é natural o questionamento: qual a idade ideal para colocar uma criança na escola?
A partir do momento em que a criança é desmamada, ou a partir dos três anos de idade quando ela já adquire maior autonomia pode-se considerar um bom momento para o ingresso na vida escolar. Porém há de se levar em consideração que o momento em que os pais sentem necessidades já é uma excelente fonte de referência em relação à hora desta tomada de decisão. Essa decisão precisa ser consciente e de forma tranqüila. Torna-se importante que os pais saibam fazer uma boa escolha e também tenham bons propósitos para matricular os filhos na escola. As vantagens do ingresso à vida escolar esta exatamente na aprendizagem com outras crianças, conviver, dividir, disputar ao deparar com outras realidades.
O fim da licença maternidade, o desejo da realização pessoal, a conquista da independência financeira, a necessidade de equilibrar o orçamento familiar são motivos que levam os pais a optarem muito cedo pela matricula da criança nesse novo ambiente. Assim inicia-se um novo processo de aprendizado juntamente com seus novos pares – os colegas.
O período de adaptação é extremamente importante tanto para a criança quanto para a mãe, pois a tranqüilidade da mãe ajudará a criança a assimilar esse novo momento com mais segurança.
No primeiro contato com a escola é importante que os pais façam os seguintes questionamentos: Como é a transição no primeiro dia de escola de uma criança? Os pais podem ou não ficar na escola numa ala separada caso sintam necessidade até os filhos se acostumarem? Qual a forma pedagógica que a escola exerce para que os pais se sintam seguros de que os filhos ficarão bem? È necessário que a escola deixe os pais bem à vontade para sanar todas as duvidas.
Tão importante quanto escolher a escola é saber como ela conduzirá a educação de seus filhos. Os pais precisam saber diferenciar dentro de uma escola, o que e política pedagógica e o que é política administrativa.
Nesse sentido é importante que os pais se sintam seguros para passar essa segurança à criança que também vai experimentar um novo momento em sua vida. Sair do conchego do lar para aprender a conviver com outras crianças e a disputar a atenção dos adultos a sua volta não é uma tarefa tão simples.
Nesse momento a mãe pode se sentir ainda mais insegura que a própria criança e a atuação do pai é fundamental para que ambos: mãe/esposa e filho se sintam escoltados.
O poder de decisão é um processo que deve partir de uma concepção de ambos ao decidirem qual a melhor escola, para que a adaptação flua com naturalidade. Se os vínculos maternos nos primeiros momentos de vida da criança foram estruturados em laços de afetividades e responsabilidades, com certeza esse afastamento não trará prejuízo à criança. A mãe que teve segurança nos primeiros momentos de vida com seu filho, mesmo muitas vezes se perguntando “e agora o que faço?”, mas que teve o apoio e conduziu as dificuldades com afeto, criou laços com essa criança, gerou dessa forma parceria incondicional, por si só já dá segurança à mesma.
A certeza de que é amada e protegida dará segurança à criança para poder se afastar por alguns momentos. Ao retornar ao encantamento da vida do lar, a criança pode manifestar desejo de contar ou demonstrar alegria na sua nova experiência.
Desta forma, a única certeza que podemos ter, é do pacto de afeto e cumplicidade que fechamos com nossos filhos desde os primeiros momentos de suas vidas. Esta sociedade inicial da criança é que dará a ela a segurança para que consiga estar em outros lugares, sabendo que o afastamento familiar é necessário tanto para a subsistência da família quanto para o seu crescimento físico, emocional e intelectual.

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