NÚCLEO DE ATENÇÃO MULTIDISCIPLINAR DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO

UM JEITO DE SER



Albertina de Mattos Chraim - Psicopedagoga



Fabiane Baptistoti Sá - Fonoaudióloga




Márcia Batiston - Psicóloga







sexta-feira, 5 de março de 2010

PULSEIRINHAS DO SEXO

Uma polêmica no meio escolar no inicio do ano letivo de 2010 são as supostas inocentes argolas coloridas, conhecidas como: pulseirinha do sexo, sexo bracelet, snap games, etc.
Muito diferente dos brinquedos que em determinadas época marcam a infância de nossas crianças como tamagousche, ioiô, pipa, patinete, skate, etc. essas pulseiras coloridas passaram de simples adorno para um código de opressão. São capazes de deixar ainda mais vulneráveis nossas crianças para a pedofilia ou para as atitudes inconseqüentes que usurpam o direito de ir e vir de nossas crianças.
Inocentemente, já sabendo das polêmicas e do sentido de cada cor, as crianças nos fazem os mais diversos discursos ao serem abordadas sobre o assunto:
“Eu uso, mas nunca ninguém tentou puxar, pois eu estou sempre no grupo de pessoas que eu conheço e não me afasto”. Bruna de 8 anos.
“Quando percebo que algum menino tenta arrancar minha pulseira eu tiro do braço e a entrego ao menino.” Fernanda de 10 anos.
“ Uso e não quero nem saber, pois comprei com o meu dinheiro e não roubei”.” Ninguém tem nada com isso.” Claudinha 14 anos.
“Eu gostava de um menino que não dava bola pra mim, ai eu passei perto dele com a pulseirinha e ele rebentou a de cor rosa e eu tive que levantar a blusa. Mas eu não queria fazer isso, eu apenas gostava do menino, eu agora o odeio”. Barbara de 11 anos.
“Eu usava, mas quando fiquei sabendo do significado eu deixe de usar.” Lia de 9 anos.
E assim segue a diante os mais diversos comentários, mostrando que de inocentes as crianças se tornam vulneráveis num mundo já tão erotizado deparam-se com mais essa brincadeira nada inocente, roubando a infância de nossas crianças.
Não podemos imaginar ou comparar essas pulseiras que por si só já se condena por chamar-se: pulseira do sexo, com outros tipos de brinquedos ou brincadeiras. Toda atitude que tolhe do outro seu direito de ir e vir não pode ser considerada uma brincadeira nem modismo, muito menos considera - lá inocente. Seria o mesmo que aceitar os trotes que muito matam a cada ano nas faculdades, tolhendo dos calouros seu direito de ingressar na vida acadêmica universitária sem antes passar pela humilhação dos veteranos. Ou ainda achar que a dança da garrafinha não insinuaria nada.
As brincadeiras sempre existiram e existirão a cada geração, principalmente numa sociedade onde parte da comunicação acontece por meio de símbolos e códigos. O Orkut também é uma brincadeira e está bem claro em seu contrato de que o uso fica restrito para maiores de 18 anos por ser uma brincadeira que usa a comunicação virtual deixando nossas crianças vulneráveis. Mesmo assim muita criança na mais tenra idade já tem sua pagina ou seu MSN.
Então, já não mais estaremos falando de pulseirinhas ou brincadeiras, estaremos falando de valores e princípios, de escolta e cuidados, medos e seguranças. Nesse sentido fica bem claro que as tais pulseirinhas não servem como adorno e sim como meio de comunicação capaz de por em risco a integridade de nossas crianças.
Não podemos ser tão inocentes a ponto de acharmos que nossas crianças tenham condições de livrar-se dos assédios ou ainda permitir que sejam alvos de vândalos, tarados, pedófilos. É necessário que as escolas esclareçam aos pais a verdadeira origem desta brincadeira de gente grande, e conscientize-os da importância do restabelecimento dos valores e princípios básicos para o segurança de nossas crianças.

Albertina de Mattos Chraim
Psicopedagoga Clinica

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