NÚCLEO DE ATENÇÃO MULTIDISCIPLINAR DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO

UM JEITO DE SER



Albertina de Mattos Chraim - Psicopedagoga



Fabiane Baptistoti Sá - Fonoaudióloga




Márcia Batiston - Psicóloga







domingo, 25 de julho de 2010

PALMADAS

Um dos assuntos mais polêmicos nesse mês de julho em relação a Educação é a aprovação no Congresso Nacional da lei que veta as palmadas. Há de se ter cuidados ao refletir sobre a legitimidade desta lei; do que realmente se trata e o quer atingir? O estatuto da Criança e do Adolescente - ECA é bem claro quando protege a criança em suas leis.
Penso que a questão a ser discutida nesse caso é: como seguir o ECA sem que para isso fira-se a autoridade indelegável dos pais? Nossa sociedade por mais que sofra efeitos da modernidade ainda é estruturada na educação familiar e essa estrutura precisa ser preservada. O que talvez necessite ser reavaliado é qual o perfil dos pais que necessitam dar palmadas nos filhos como forma de educar. Onde perderam sua hierarquia ao necessitar usar a palmada como norteadora da boa educação? Muito mais preocupante e instigante do que as palmadas são os puxões de orelhas, as torturas emocionais e verbais que as crianças sofrem ou presenciam no silêncio de seus domicílios, pelo stress elevado, pela falta de prática, ou até mesmo a falta de comprometimento de alguns adultos ao educar. A campanha ideal seria um programa de conscientização e orientação aos pais sobre o significado de cada choro, cada birra, e as reais necessidades das crianças em cada fase de sua vida para que os pais não recorram à palma como recurso ideal ao educar uma criança. A criança necessita de escuta e de uma escolta coerente para que se sinta segura e satisfeita em suas necessidades básicas. Aos pais cabe o entendimento de que educar é algo de muita responsabilidade e que o limite é necessário para que a criança vá aprendendo a lidar com o mundo externo e sua vastidão, até aprender a processar as frustrações e atingir uma maturidade ao assumir sua autonomia.
Para essas questões, o papel da Psicopedagogia que tem como objeto de estudo o Ser em desenvolvimento e sua forma de aprender e interpretar o mundo vêm como uma ciência que pode muito bem auxiliar os educadores - pais/professores nessa jornada, ao mostrar que a educação pode ser estruturada numa comunicação baseada no diálogo e não no duelo.
Albertina de Mattos Chraim
Psicopedagoga Clinica

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